Arlequim: Não creio em meus olhos, vejo meu velho conhecido Pierrot! ... que fazes nesse bar a essa hora?
Pierrot: Ahh arlequim, sempre alegre e fulgaz, penso na bela Colombina que no passado levaste de mim ...
Arlequim: Não sou larápio meu nobre e sofrido amigo, nada levo ou levei de ninguém, tudo que conquistei até hoje me veio por livre e espontânea vontade ... mas agora me lembro, sim, Colombina ... mulher estranha, indecisa, parecia que mesmo ao meu lado mantinha-se com o pensamento no passado, em algum barco azul sem vento nas bandeiras.
Pierrot: Ousas demais ao tratar a bela Colombina com tamanha displicência.
Arlequim: Ouso porque posso, ouso pois conheço as mulheres, toco a música que as encanta e assim sendo sei que Colombina mereceu sim minha displicência. Tu é que és um bobo, dedicas toda tua existência a uma mulher que nem ao menos a ti deu adeus. Eu que sei, ja conquistei vários corações, és bobo, e triste, nesses trajes largos, velhos e sem vida ... sinto que és um Pierrot tristonho por vocação.
Pierrot: Ahh Arlequim, se ao menos em uma das tuas conquistas tivesses amado como amei, se tivesses sentido com o coração e a alma ao invés de sentir com olhos e mãos. Entenderias este pobre Pierrot.
Arlequim: Falácia! Não saberias nem o que fazer com o que queres. Transformaste o amor de Colombina em um mito tão grande que com ele em mãos ficarias atônito e sem reação.
Pierrot: E tu, fizeste tão pouco caso desse amor que nem sentes mais gosto da vida que levas, gastas tua felicidade bradando conquistas que para ti nem mais sentido tem ... caminhas em meio a tempestade sem ao menos sentir o gosto da chuva nos lábios e os pingos dela batendo no peito.
Arlequim: E tu tens tanto medo de se molhar que sequer arrisca sair do teu casúlo em busca de campos mais verdes. A verdade velho amigo, é que somos parecidos, eu e tu ... nossos sentimentos é que nos movem, desejo e amor, descaso e tristeza. Somos sufocados por eles, ainda assim prefiro minha coragem à tua complacência.
Pierrot: O que chamas de coragem eu chamo insensatez. Essa necessidade de viver te leva a uma repetição impensada de atos fúteis e sem sentido.
Arlequim: E teu medo te leva a auto-piedade repetitiva por um mesmo amor que não pudestes nem aproveitar.
Pierrot: Ahhh Arlequim volúvel!
Arlequim: Ahhh Pierrot imutável!
Pierrot: Vejo que no final das contas não mudamos, somos sempre a antítese um do outro, tu e tua felicidade exacerbada ...
Arlequim: ... e tu e tuas lágrimas incansáveis.
Pierrot: E é nessas diferenças que nos tornamos tão necessários um ao outro, tão humanos, eu um Pierrot que rio de minha tristeza ...
Arlequim: ... e eu um Arlequim que choro de minha felicidade ...
Pierrot: Ahh arlequim, sempre alegre e fulgaz, penso na bela Colombina que no passado levaste de mim ...
Arlequim: Não sou larápio meu nobre e sofrido amigo, nada levo ou levei de ninguém, tudo que conquistei até hoje me veio por livre e espontânea vontade ... mas agora me lembro, sim, Colombina ... mulher estranha, indecisa, parecia que mesmo ao meu lado mantinha-se com o pensamento no passado, em algum barco azul sem vento nas bandeiras.
Pierrot: Ousas demais ao tratar a bela Colombina com tamanha displicência.
Arlequim: Ouso porque posso, ouso pois conheço as mulheres, toco a música que as encanta e assim sendo sei que Colombina mereceu sim minha displicência. Tu é que és um bobo, dedicas toda tua existência a uma mulher que nem ao menos a ti deu adeus. Eu que sei, ja conquistei vários corações, és bobo, e triste, nesses trajes largos, velhos e sem vida ... sinto que és um Pierrot tristonho por vocação.
Pierrot: Ahh Arlequim, se ao menos em uma das tuas conquistas tivesses amado como amei, se tivesses sentido com o coração e a alma ao invés de sentir com olhos e mãos. Entenderias este pobre Pierrot.
Arlequim: Falácia! Não saberias nem o que fazer com o que queres. Transformaste o amor de Colombina em um mito tão grande que com ele em mãos ficarias atônito e sem reação.
Pierrot: E tu, fizeste tão pouco caso desse amor que nem sentes mais gosto da vida que levas, gastas tua felicidade bradando conquistas que para ti nem mais sentido tem ... caminhas em meio a tempestade sem ao menos sentir o gosto da chuva nos lábios e os pingos dela batendo no peito.
Arlequim: E tu tens tanto medo de se molhar que sequer arrisca sair do teu casúlo em busca de campos mais verdes. A verdade velho amigo, é que somos parecidos, eu e tu ... nossos sentimentos é que nos movem, desejo e amor, descaso e tristeza. Somos sufocados por eles, ainda assim prefiro minha coragem à tua complacência.
Pierrot: O que chamas de coragem eu chamo insensatez. Essa necessidade de viver te leva a uma repetição impensada de atos fúteis e sem sentido.
Arlequim: E teu medo te leva a auto-piedade repetitiva por um mesmo amor que não pudestes nem aproveitar.
Pierrot: Ahhh Arlequim volúvel!
Arlequim: Ahhh Pierrot imutável!
Pierrot: Vejo que no final das contas não mudamos, somos sempre a antítese um do outro, tu e tua felicidade exacerbada ...
Arlequim: ... e tu e tuas lágrimas incansáveis.
Pierrot: E é nessas diferenças que nos tornamos tão necessários um ao outro, tão humanos, eu um Pierrot que rio de minha tristeza ...
Arlequim: ... e eu um Arlequim que choro de minha felicidade ...
26/01/2009 - 03:41
3 comentários:
simplesmente linduuu..vc é uma pessoa de muito talento parabénsss.. rsrs
Esse eu já conhecia e amoo :D Beijo imensooo :D
eu também já tinha tido o privilégio de ler antes este texto, lindo mesmo...
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