É muito fácil se perder, ver as decisões com continuidades borradas a frente, como sendo uma incógnita tão enormemente amedrontadora que somos incapazes de dar os passos necessários em sua direção. A fé é algo incrível e que nos deixa praticamente incapazes de agir quando nos falta ou nos é negada. Sim, a fé nos é negada por vezes, por mais que se lute para alcançá-la, por vezes as pessoas nos tiram, nos derrubam no chão, e com o rosto na poeira, deitado, as vezes se torna uma luta vã levantar-se. E falo de fé no sentido mais amplo que essa palavra (que é muito mais significado do que palavra em si) pode ter. Ter fé em qualquer coisa, pessoa ou circunstância.
Deve-se saber onde depositar essa nossa força interna, essa nossa crença passional e por vezes desesperada de que algo vai dar certo, de que devidas pessoas são heróis e de que certos acontecimentos virão para melhor. Mas como se aprende isso? Como reconhecer o momento, a pessoa, a circunstância exata na qual deve-se apostar. Há duas formas de se jogar para aqueles que vêem a vida como um jogo. Há os que apostam alto, são agressivos, e por vezes ganham rapidamente fortunas, mas arriscam também perder o pouco que possuem em tempo recorde. E há também os conservadores, que arriscam pouco, e apenas apostam quando tem a certeza de uma probabilidade favorável de vencerem a rodada.
Talvez a vida seja um pouco mais complicada que apenas um jogo de poker, as regras mudam basicamente a cada momento, então jogar aquele ás que se tem guardado se torna extremamente complicado. Os dias passam ameaçadoramente rápido, as pessoas parecem mudar a cada nova conversa, e a nossa fé começa a se esvair por vezes de uma forma assustadoramente simples. Acreditar se torna vago e extremamente passível de infortúnios. O que fazer então? Atirar as memórias dos acertos e erros em um limbo de passados imprevisíveis e crer na idéia de inconstância total e eterna? Ou tentar encontrar direções e provas de que certas coisas podem ser previstas, que pode-se evitar certos erros já cometidos e decisões tomadas.
O caminho acinzentado assusta, assusta quem já por diversas vezes tropeçou devido a neblina que faz com que enxerguemos não mais que dois palmos à frente. O desconhecido ainda é aquele monstro que tememos ter de enfrentar. Porque acreditar, e apenas acreditar não é mais uma garantia de que ao menos levaremos sabedoria e conhecimento das situações vividas. Apenas ter fé nos outros ou em si passa a ser menos do que se esperava disso antigamente. Certamente creio nas incertezas das quais não consigo me desvencilhar, não acredito mais que independente dos caminhos o resultado final é o mesmo. Vemos nele crescimento, auto-enaltecimento, ou apenas cansaço e dor. A fé que permance, a única insolúvel no momento é a que diz que ao fim de tudo, não importa nem o caminho, nem o fim e nem o início, importam as idéias, importa a auto-construção e a amplitude de atitudes, a fé que tenho não é mais em mim, nem nos acontecimentos e muito menos nos outros. Ela reside no pensamento, nessa imaterialidade com a qual lidamos diariamente, e na firmeza com a qual acreditamos nele e o defendemos. Porque caráter continua sendo, não o fato de se manter inalterado nas idéias, mas o fato de defendê-las incondicionalmente, e saber mudá-las e reconstruí-las dadas as condições necessárias. Acredito na irracionalidade racional, são minhas melhores cartas para jogar e minha certeza de que independente do caminho tomado meu mundo interior nunca se dobra ao exterior.
Deve-se saber onde depositar essa nossa força interna, essa nossa crença passional e por vezes desesperada de que algo vai dar certo, de que devidas pessoas são heróis e de que certos acontecimentos virão para melhor. Mas como se aprende isso? Como reconhecer o momento, a pessoa, a circunstância exata na qual deve-se apostar. Há duas formas de se jogar para aqueles que vêem a vida como um jogo. Há os que apostam alto, são agressivos, e por vezes ganham rapidamente fortunas, mas arriscam também perder o pouco que possuem em tempo recorde. E há também os conservadores, que arriscam pouco, e apenas apostam quando tem a certeza de uma probabilidade favorável de vencerem a rodada.
Talvez a vida seja um pouco mais complicada que apenas um jogo de poker, as regras mudam basicamente a cada momento, então jogar aquele ás que se tem guardado se torna extremamente complicado. Os dias passam ameaçadoramente rápido, as pessoas parecem mudar a cada nova conversa, e a nossa fé começa a se esvair por vezes de uma forma assustadoramente simples. Acreditar se torna vago e extremamente passível de infortúnios. O que fazer então? Atirar as memórias dos acertos e erros em um limbo de passados imprevisíveis e crer na idéia de inconstância total e eterna? Ou tentar encontrar direções e provas de que certas coisas podem ser previstas, que pode-se evitar certos erros já cometidos e decisões tomadas.
O caminho acinzentado assusta, assusta quem já por diversas vezes tropeçou devido a neblina que faz com que enxerguemos não mais que dois palmos à frente. O desconhecido ainda é aquele monstro que tememos ter de enfrentar. Porque acreditar, e apenas acreditar não é mais uma garantia de que ao menos levaremos sabedoria e conhecimento das situações vividas. Apenas ter fé nos outros ou em si passa a ser menos do que se esperava disso antigamente. Certamente creio nas incertezas das quais não consigo me desvencilhar, não acredito mais que independente dos caminhos o resultado final é o mesmo. Vemos nele crescimento, auto-enaltecimento, ou apenas cansaço e dor. A fé que permance, a única insolúvel no momento é a que diz que ao fim de tudo, não importa nem o caminho, nem o fim e nem o início, importam as idéias, importa a auto-construção e a amplitude de atitudes, a fé que tenho não é mais em mim, nem nos acontecimentos e muito menos nos outros. Ela reside no pensamento, nessa imaterialidade com a qual lidamos diariamente, e na firmeza com a qual acreditamos nele e o defendemos. Porque caráter continua sendo, não o fato de se manter inalterado nas idéias, mas o fato de defendê-las incondicionalmente, e saber mudá-las e reconstruí-las dadas as condições necessárias. Acredito na irracionalidade racional, são minhas melhores cartas para jogar e minha certeza de que independente do caminho tomado meu mundo interior nunca se dobra ao exterior.
21 de junho de 2009, 18:56
Um comentário:
já apostei alto e quebrei a banca...mas também já apostei baixo e ganhei... a diferença entre os 2? a incomparável sensação de por alguns minutos não ter nada a não ser a expectativa de que algo pode acontecer a qualquer momento...
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