11 de janeiro de 2011

Pois por vezes somos ilhas ...

 
 
   "Nenhum homem é uma ilha", é, mas essa liberdade passageira. Essa necessidade enorme e fulgaz que faz querer ser livre parece as vezes necessária. E por livres pensa-se em ser sem amarras, sem grilhões. Preza-se a solidão como uma ferramenta que leva de encontro à estradas mais novas. Como aquele momento de vanguarda em que se desperta em busca de novos caminhos e de auto-conhecimento. Preza a solidão quem está bem consigo e gosta do som dos próprios pensamentos, quem sabe dar-lhes ouvidos, quem sente que ao fechar os olhos não vai simeplesmente parar de pensar.
    A verdade é que isso tudo lembra o que ja foi dito sobre "fazer o bem é fazê-lo mesmo quando não há ninguém vendo". Mas de fato quais ações de uma pessoa ela pode afirmar que são completamente voltadas a ela mesma? Somente o que se faz na solidão, somente o que se pensa e não se divíde. Se é verdadeiramente o que se é somente quando se está sozinho. Deve-se limpar da mente as idéias do que os outros esperam de sí. Agir de modo inesperado, ser puramente uma máquina de pensamento e no interior um coração, palpitando, querendo apenas uma coisa ... sinceridade.
    Outra frase que parece sensata é a que diz que: "estar sozinho difere de ser sozinho". Ser uma ilha não implica em receber em suas praias apenas ondas perdidas e marés calmas. Implica em construir pontes, em fornecer abrigo e cuidados a quem quer que passe por perto. Implica principalmente em manter certos laços fortes, verdadeiros e positivos, cada vez mais perto. Ser uma ilha é saber que na fundação de seus pensamentos, um homem deve guardar milhares e milhares de toneladas de areia, pesando, fundamentando suas idéias, fazendo com que ele se prenda a seus pensamentos, às suas certezas e incertezas. Ser uma ilha é manter sua integridade intacta e não ceder ao fácil e ao duvidoso. Ser uma ilhá é manter-se inalterado durante as tempestuosas noites que trazem ondas gigantes chocando-se contra nossos rochedos. É rebater essas ondas e os problemas. É criar pontes para outras ilhas e lugares ensolarados, onde se possa deitar durante uma manhã de verão ao sol, lendo um bom livro e ouvindo o barulho do mar.
    As vezes é preciso ser essa ilha, não porque não se quer que nunca mais ninguém entre em contato, não é não querer ninguém. Mas porque há momentos em que o melhor a se fazer é fechar as portas. Há momentos em que o silêncio e a maré são o necessário pra que certos pensamentos sejam bem plantados no interior da ilha, bem cuidados e possam crescer e florescer profícuamente. Que sejam ilhas, transformem-se em arquipélagos, e que se lembrem então que o único mar no qual é válido se perder é no dos próprios pensmentos.

05/07/2009 - 19:48

2 comentários:

WaL disse...

é..nada melhor do que fechar aas portas quando necessario...bxoo

João disse...

O problema as vezes é esquecer como abrir elas ... =P